Entre presente e passado reconhecer a produção sócio-histórica do universo no qual encontro-me inserido, que suscita experienciarmos a diversidade de possibilidades interpretativas.
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
Olympia Angélica de Almeida Cotta, (Santa Rita
Durão, distrito de Mariana, 1889 — Ouro Preto, 1976), mais conhecida
como Sinhá Olímpia, foi uma notória habitante da cidade histórica
brasileira de Ouro Preto que circulava pelas ruas contando histórias, pelas quais pedia
algum dinheiro em troca. Foi considerada por Rita Lee a primeira hippie do Brasil e
transformou-se em musa de Carlos Drumond de Andrade e de Milton Nascimento.[1] Atualmente
Sinhá Olímpia é referência para inúmeros locais de Outro Preto, Mariana e
região, como escolas de samba,[2] pousadas e
restaurantes.
Biografia
Filha de pai rico, Sinhá Olympia
apaixonou-se na juventude por um farmacêutico pobre e foi
proibida de viver o romance. Contam até que o rapaz, pouco tempo depois,
faleceu de tristeza. Daí o motivo de sua loucura. Costumava usar vestimenta
do século XVIII, chapéus extravagantes e cajado na mão, tinha por hábito contar
histórias de outros tempos como se as tivesse vivido, como por exemplo o fato
de ter convivido com o alferes Joaquim José e que era
amada pelo poeta revolucionário Cláudio Manoel da Costa.[1] As pessoas
que lhe eram mais chegadas era comum que pedisse, entre um conto e outro, uma
dose de pinga. Em 1984, o
programa especial "Tiradentes Nosso Herói", da Rede Globo, trouxe a
canção "Sinhá Olímpia", de Daltony Nóbrega e Lafayette Galvão, cujo
refrão é "Sinhá Olímpia, quem é você?", já que ela representava
tantos papéis da História. Em 1990, sua história
virou samba-enredo da Escola Estação Primeira de Mangueira. Em sua casa hoje
funciona a Cachaçaria Milagre de Minas.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinh%C3%A1_Ol%C3%ADmpia
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
Dionísio
DIONÍSIO
Elvécio
Eustáquio da Silva
Dionísio é uma
pequena cidade do interior de Minas. Sobre sua origem há uma lenda que difere
de muitas outras sagas de origem, geralmente de cunho místico devocional.
Segundo uma
passagem de um livro sobre a cidade de São Domingos do Prata (referência mais
abaixo), há uma narrativa popular sobre dois jovens, iniciada na antiga Vila
Rica (Ouro Preto). Lá vivia um homem muito rico, da mais alta sociedade. Ele
tinha 3 filhas. Uma delas, Ricardina, de rara beleza. Entre os jovens
apaixonados por ela, o mais entusiasmado era um soldado pobretão, chamado
Dionísio. O pai da jovem, claro, jamais permitiria que Dionísio se aproximasse
de sua filha. Mas Dionísio estava decidido a viver com sua amada Ricardina.
A oportunidade
veio quando o pai da moça se envolveu em um crime e foi parar na prisão. Dionísio,
então, propôs a Ricardina libertar o pai e fugirem, os três, para um lugar
seguro, bem longe de Vila Rica. Aceita A proposta, os três se embrenharam em
matas, atravessaram montanhas, margearam rios.
Numa noite,
enquanto Ricardina dormia, seu pai desapareceu. Dionísio não conseguiu explicar
o desaparecimento dele (teria Dionísio o assassinado?), mas prosseguiram viagem.
Um dia, toparam com dois policiais que estavam a caminho de Vila Rica. Estes
ficaram desconfiados do casal. Discutiram e Dionísio matou um deles. Ricardina
apresentava sinais de fraqueza, de fadiga intensa, agravada por uma grande
tristeza pelo sumiço do pai, e uma crescente desconfiança em relação a
Dionísio, arrependendo-se de ter aceito tal plano de fuga. Acabou adoecendo e
morreu sem chegar ao local desejado.
Prosseguindo em
sua desventura, Dionísio chegou a um baixadão e ali, entre árvores frondosas e
olhos d’água, montou acampamento. Com o tempo, tornou-se o local referência,
ponto de parada de forasteiros. Ali, então começou a surgir uma comunidade,
recebendo o nome de Dionísio. Viveu ali até quando ninguém sabe, e nada mais
sabemos sobre ele.
Mas, segundo o
historiador Affonso Taunay, o nome da cidade é proveniente do minerador
Dionísio da Costa, “natural de Iguape e falecido em Santos (SP), com 110 anos
de idade”. Na página 385, do Tomo nono dos Bandeiras Paulistas, editado em
1948, está escrito: “Capitão e juiz. Pessoa de muito respeito, eternizara o
nome, porque ao princípio das descobertas em Minas tivera lavra mineral tão
grandiosa que dela se tirava um aratel de ouro (cerca de meio quilo) em cada
bateada, ficando o lugar denominado Dionísio da Costa, mais tarde simplesmente
Dionísio. Deve ser o lugar ainda hoje assim conhecido”. (Transcrito por Pedro Maciel
Vidigal em sua obra “Minha terra e minha gente”, p.209 –Gráfica e Editora O
Lutador, BH, 2003.
Realmente,
“será o lugar ainda hoje assim conhecido” como indaga o historiador, ou já
existiu uma outra localidade com essa mesma denominação ou seria mera
coincidência de nomes?
Para saber
mais: Pedro Tanques de Almeida Paes Leme – Nobiliarquia Paulistana – História e
Genealogia. Páginas 122 1 123. Editora Itatiaia, 5ª edição, 1980.
Luiz Prisco
Braga. História do Município de São Domingos do Prata, 1946, pp. 43 a 46.
Primavera de 2020.