Elvécio Eustáquio da Silva
Não resta dúvida de que o
Parque Municipal de Nova Era é um relevante patrimônio cultural e natural. Em
seu contexto paisagístico se destaca a Fazenda da Vargem, resultando numa
plataforma de valores históricos, arquitetônicos e ecológicos que dão suporte à
projeção de janelas de oportunidades a serem exploradas.
Essas oportunidades poderiam suscitar projetos
viabilizantes ao nosso desenvolvimento sociocultural, econômico e ambiental.
Caso a administração da nossa cidade compartilhe com esta visão, e tenha
vontade política para explorá-la, certamente garantirá o desenvolvimento nos
espaços do parque, criativa e necessária dinâmica. Caso contrário, o tão
celebrado monumento, Fazenda da Vargem, continuará sendo um mero cartão postal,
cenário para alguns dispendiosos eventos que, às vezes, ao passar de semanas,
caem no esquecimento. Enquanto isso os insetos xilófagos, que não pedem licença
para chegar nem precisam de alvará, lá se encontram em ostensiva labuta.
É possível mudar a situação do referido Parque
Municipal de Nova Era, adotando a inversão de prioridades de metas e
consequentemente orçamentárias, assegurando dotações necessárias a sua gestão,
conservação de um modo geral, requalificação de toda área, consolidação da
estrutura arquitetônica da fazenda, e dotá-la de equipamentos que deem suporte à
dinâmica desejada.
Ações priorizantes em sintonia com previsões
orçamentárias condizentes, codificadas para atender as múltiplas e necessárias
intervenções e a possíveis projetos a serem implantados e lá desenvolvidos.
Essas demandas, sendo concretizadas, levarão
os novaerenses a interagirem com pertencimento, apropriando-se do bem em foco,
realizações que certamente chamarão também a atenção da comunidade regional,
provocando um fluxo turístico, modalidade de desenvolvimento sempre aqui cantado
em verso e prosa, mas...
Se
hoje o sítio histórico e paisagístico em foco vem recebendo uma média de 350
pessoas ao mês, sem contar com uma divulgação adequada, nem mesmo uma simples
seta indicando o local, imaginem com uma boa divulgação e sinalização!
Se for
mantida a passividade orçamentária e a falta de iniciativa esta administração perde
a oportunidade de deixar uma marca expressiva, e o discurso de campanha,
cultura e turismo, do atual prefeito, cairá no vazio.
Sendo
o orçamento uma peça flexível, basta vontade política, uma dose de ousadia
administrativa para que, em nossa cidade, sonhos se transformem em realidade, e
certamente o governante detentor desta atitude será elevado ao pódio da memória
coletiva.
Mas
sem romper com as mesmices administrativas, as janelas de oportunidades que se encontram
disponíveis e que às vezes surgem vão acabar se fechando. Cuidado! O tempo não
espera por ninguém.
Nova Era, agosto de 2014.
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