sexta-feira, 15 de julho de 2016

Visões transbordantes


Liturgia das flores
E velas no columbário
Alforriando fantasmas:
Visões transbordantes
Em minhas retinas dardejadas.
Das frestas procuro
A trilha dos poetas
Sem encontrá-la.
No caminho, elefantes.
Pelos telhados, felinos fazem amor.
Musas copresentes iniciam
neófitos ao encantamento.
O mote é a ambiguidade,
O locus sagrado, não alcançado,
Se perde no horizonte.
Ainda se ouve amiúde
O torvelinho algoz,
Fora do espaço e do tempo.
Batem aldravas — portas não se abrem.
Pombos em revoada.
No locutório da praça,
Políticos se verbalizam
Enquanto o brilho das estátuas
Se corrói.


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