domingo, 10 de maio de 2015

Fazenda da Vargem x Orçamento



                                                         Elvécio Eustáquio da Silva
  Não resta dúvida de que o Parque Municipal de Nova Era é um relevante patrimônio cultural e natural. Em seu contexto paisagístico se destaca a Fazenda da Vargem, resultando numa plataforma de valores históricos, arquitetônicos e ecológicos que dão suporte à projeção de janelas de oportunidades a serem exploradas.
  Essas oportunidades poderiam suscitar projetos viabilizantes ao nosso desenvolvimento sociocultural, econômico e ambiental. Caso a administração da nossa cidade compartilhe com esta visão, e tenha vontade política para explorá-la, certamente garantirá o desenvolvimento nos espaços do parque, criativa e necessária dinâmica. Caso contrário, o tão celebrado monumento, Fazenda da Vargem, continuará sendo um mero cartão postal, cenário para alguns dispendiosos eventos que, às vezes, ao passar de semanas, caem no esquecimento. Enquanto isso os insetos xilófagos, que não pedem licença para chegar nem precisam de alvará, lá se encontram em ostensiva labuta.
  É possível mudar a situação do referido Parque Municipal de Nova Era, adotando a inversão de prioridades de metas e consequentemente orçamentárias, assegurando dotações necessárias a sua gestão, conservação de um modo geral, requalificação de toda área, consolidação da estrutura arquitetônica da fazenda, e dotá-la de equipamentos que deem suporte à dinâmica desejada.
  Ações priorizantes em sintonia com previsões orçamentárias condizentes, codificadas para atender as múltiplas e necessárias intervenções e a possíveis projetos a serem implantados e lá desenvolvidos.
  Essas demandas, sendo concretizadas, levarão os novaerenses a interagirem com pertencimento, apropriando-se do bem em foco, realizações que certamente chamarão também a atenção da comunidade regional, provocando um fluxo turístico, modalidade de desenvolvimento sempre aqui cantado em verso e prosa, mas...
Se hoje o sítio histórico e paisagístico em foco vem recebendo uma média de 350 pessoas ao mês, sem contar com uma divulgação adequada, nem mesmo uma simples seta indicando o local, imaginem com uma boa divulgação e sinalização!
Se for mantida a passividade orçamentária e a falta de iniciativa esta administração perde a oportunidade de deixar uma marca expressiva, e o discurso de campanha, cultura e turismo, do atual prefeito, cairá no vazio.
Sendo o orçamento uma peça flexível, basta vontade política, uma dose de ousadia administrativa para que, em nossa cidade, sonhos se transformem em realidade, e certamente o governante detentor desta atitude será elevado ao pódio da memória coletiva.
Mas sem romper com as mesmices administrativas, as janelas de oportunidades que se encontram disponíveis e que às vezes surgem vão acabar se fechando. Cuidado! O tempo não espera por ninguém.

Nova Era, agosto de 2014.

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